Da indústria de papel para a criação de gado Guzerá, sem medo de inovar

Tempo de leitura: 6 minutos

Como vimos no post anterior, durante a construção da nova sede da Fazenda Alvorada, eu decidi que iria investir na criação e genética de gado, porque minhas pesquisas indicavam se tratar de uma oportunidade de negócio bem promissora.

Qual foi o próximo passo?

Diminuí o projeto de engorda de gado e acelerei o projeto de genética, que requeria a construção de laboratórios e estábulos especializados, onde mais uma vez pude contar com o profissionalismo do engenheiro Mário Silas, que se empenhou para que tudo saísse dentro das premissas exigidas e nos habilitasse a tocar um projeto inovador.

(O resultado foi tão bom que se seguiram onze anos de uma jornada de muitas conquistas e realizações, todas descritas com riqueza de detalhes na minha autobiografia.)

Voltando ao início do projeto, assim que as obras da casa da fazenda ficaram prontas, eu e Cidinha fizemos várias inaugurações pois éramos muito festeiros e essas confraternizações eram um bom motivo para estreitar o relacionamento com os fazendeiros da região e encantar nossos futuros clientes.

Recebendo as pessoas com flores

Eu estava muito animado com os estudos que havia feito sobre raças bovinas e a criação de gado Guzerá, de fato, foi algo que desde o início eu vislumbrei como sendo um negócio que poderia trazer resultados compensadores para o nível de investimento que estava disposto a fazer. (Eu já conhecia essa raça desde 1962, quando tive uma fazenda em administração compartilhada com os meus irmãos por 10 anos, mas não sabia o suficiente para dizer “eu quero que seja desse jeito”, então estudei pra valer por cerca de um ano para ficar por dentro de tudo o que precisaria saber para alavancar o negócio.)

Apolo, um grande campeão

Outro ponto relevante é que eu havia escolhido fazer esse empreendimento junto com a Cidinha, minha parceira de trabalho de tantos anos na Papirus e que naquele momento, estaria ao meu lado, como esposa e sócia, começando do zero um negócio nosso, que iríamos nos empenhar até atingir os resultados projetados.

Mais do que nunca, eu tinha certeza de que não queria ser apenas mais um criador de gado Nelore, por exemplo, como era comum entre uma grande parte dos pecuaristas. Eu queria algo diferenciado, para deixar o meu nome registrado no setor de agronegócio.

Por isso eu me interessei particularmente pela raça Guzerá porque é resistente e dependendo da linhagem que se usa, tem aproveitamento para carne e leite.

Mas a pergunta seguinte poderia ser: porque que um empresário bem-sucedido do segmento de papel e celulose resolveu se aventurar no universo agropecuário, que não tinha nada a ver com a sua expertise?

E eu responderia prontamente que todo negócio é muito parecido no quesito administração e a primeira coisa que você tem que fazer é definir como vai se tornar conhecido para poder vender o seu produto/serviço.

O “Dante” entendia bastante de papel, sabia tudo sobre chapéu, mas não entendia nada de como vender gado Guzerá. Como alavancar a parte comercial daquele negócio.

Aí, para dar o próximo passo, eu contei com a ajuda providencial do acaso.

Sério!

E foi bem assim: eu estava em um leilão de gado e conheci o Cláudio Godoy, do Canal do Boi.

Ele era um homem de comunicação, especializado em agronegócio, então eu não me fiz de rogado e lancei uma pergunta singela, mas muito importante:

_ Cláudio, como eu posso me fazer conhecido no mercado agropecuário?

_ Isto é simples! Você vai precisar fazer propaganda.

_ Como faço isso?

_ Na minha televisão!

_ Mas eu não entendo nada disso.

_ Eu posso te apresentar uma empresa especializada.

E foi assim que conheci o Jorge Campos, da Duprat Propaganda, hoje Diretor Comercial do Sistema Brasileiro de Agronegócio, que fez um depoimento muito bacana no meu livro narrando os detalhes da nossa parceria.

Reconhecidamente, Jorge foi peça fundamental para o posicionamento de sucesso do gado Guzerá Ramenzoni. Nós fomos pioneiros na utilização da TV para divulgar a qualidade do nosso produto.

(Ele não pode comparecer no lançamento do meu livro, mas quando chegaram essas lembranças da fazenda, não poderia deixar de citá-lo, mesmo sem foto.)

Para empreender, em qualquer segmento, além do conhecimento prévio que precisamos ter sobre o tema do nosso negócio, a principal preocupação tem que ser montar uma equipe de confiança, com conhecimento do que vai fazer e se municiar da ferramenta mais apropriada para atingir os objetivos traçados.

Quando eu comecei a conversa com o Jorge, ele foi na fazenda Alvorada com todo o seu staff conhecer o gado Ramenzoni, a estrutura que havíamos montado e então, com conhecimento de causa, criaram um projeto condizente com o investimento que eu queria fazer.

Para vocês terem ideia, depois de 4/5 anos de participação em variados leilões, sempre com o apoio do Canal do Boi, o sucesso do meu negócio foi tão grande, causou uma revolução tão significativa no mercado, que os pré-leilões passaram a ser transmitidos diretamente da minha fazenda, com uma senhora infraestrutura capitaneada pela dona Cidinha.

E eu aprendi a vender meu gado tão direitinho, a criar tamanha cumplicidade com as lentes das câmeras, que em cinco anos, estava competindo de igual para igual com os principais criadores de gado Guzerá do país.

Se eu senti medo em algum momento?

Não.

A partir do momento que eu decido sobre um assunto, seja ele qual for, eu não sinto medo. Eu sigo sempre em frente confiante. Se eu não souber, procuro os melhores profissionais que possam me ajudar e confio.

Essa segurança eu credito a total confiança que tenho nos caminhos que escolho, depois de estudar muito sobre todos os imprevistos que poderei encontrar e como desviar deles.

Se erro, e isso acontece algumas vezes, não hesito em retroceder, me fortalecer e retomar a caminhada.

Não importa se estou participando de uma regata, pilotando um avião, uma moto, empreendendo um novo negócio, eu tenho dentro de mim, a autoconfiança de que vou fazer a travessia, cumprir o roteiro traçado.

O truque para vencer o medo – Autoconfiança

Não ter medo de ter medo, me concentrar, enfrentar e ENCARAR O MEDO.

Isso se aplica também nos problemas de saúde, cirurgias, tratamentos, não importa, eu me concentro para absorver a força da minha mente e vou. Eu costumo dizer que entro no meu casulo e faço concentração total. E não fico rezando no meu casulo, não. Por que eu não acho justo rezar para pedir, mas sim agradecer.

Eu foco no resultado positivo e vou. Cheio de autoconfiança.

E tem dado muito certo!

Muitos prêmios, muita dedicação, muito orgulho

 

 

 

2 Comentários


  1. Olá, bom dia Sr Dante que a graça de Deus seja com o senhor e sua familia, aqui e Leandro de Mato Grosso adquiri exemplares alguns anos atrás de animais guzera de linhagem ramenzoni criada pelo seu trabalho. Fiquei muito triste com o seu termino de trabalho com o criatorio, mais satisfeito de ter adquirido algo feito pelas suas mãos e ter conhecido uma pessoa como o senhor que resume minhas palavras com o termo ” homem raro de se encontrar”
    Mais queria o contato do senhor falar com o senhor meu numero e 66 9 99002089 watzap queria fazer uma proposta de parceria com o senhor aqui em Mato Grosso uma nova empreitada e desafio no passado me cogitou essa proposta não achei o momento adequado mais acredito que tudo tem a hora certa preparada por Deus quem sabe não podemos nos falar e se nao for viável que ao menos venhamos a colocar os assuntos em dia.
    Fica aqui meus abraços ao senhor e dona Cidinha que como o senhor e um ser humano raro, um grande bjo a vcs.

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