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Em visita ao meu médico ortomolecular, falávamos sobre a importância das pequenas alegrias cotidianas e de como só nós sabemos o que de fato é importante para a gente se sentir feliz.
Ser feliz é algo muito pessoal que pode mudar de acordo com as experiências e a sensibilidade de cada um. Mas, normalmente, uma pessoa é definida como feliz caso ela experimente emoções positivas, como a alegria e o interesse por desfrutar a vida realizando atividades que lhe tragam prazer, que provoquem aquela sensação gostosa e leve de afago na alma.
No meu caso, “a felicidade” também está relacionada com os sentimentos de satisfação e apreciação pela vida, nos pensamentos positivos que busco todos os dias ao acordar, no planejamento do que está por vir, na minha alegria interior.
Saí da consulta ainda pensando sobre o tema, especialmente porque debatemos sobre andar ou não de moto na minha idade e findei associando toda a prosa com uma coisa que aprendi com as vacas Guzerá, que criava na Fazenda Alvorada, lá em Pirajuí, no interior de São Paulo: precisamos fazer o que nos deixa felizes e estar de bem com a vida porque tristeza pode matar!
Não, não vou morrer de tristeza se não puder andar de moto, há tempos já aprendi a dançar conforme a música, mas lembrei da tristeza das vacas quando seus bezerros eram afastados, porque esse afastamento envolvia sentimento… no caso sentimento maternal, um dos mais genuínos que conheço.
Na consulta falávamos sobre a importância das pequenas alegrias, porque elas mexem com os nossos sentimentos e afetam diretamente na qualidade do viver.
O coração está alinhado com as nossas emoções, o sorrir, as conexões, os abraços, todo o nosso sentir. E ele precisa de tudo isso para bater direitinho, sincronizado com os outros órgãos do nosso organismo.
E eu gosto de me consultar com o médico ortomolecular por que ele analisa a minha saúde integral, e tudo o mais que preciso para mantê-la equilibrada. Estar feliz com minhas escolhas, com meus sentimentos faz parte desse pacote de saúde integral.
Para atender essa necessidade, estar de bem com meus familiares e meus amigos é prioridade número um na minha vida. Muito bom ter amigos que torcem pelo nosso bem-estar.
E cá entre nós, o que mais me incomoda não é não poder andar de moto, mas viver em um ambiente em que exista clima de discórdia.
Fico triste também se tomar decisões equivocadas sobre pessoas ou condutas profissionais.
Pra mim, não há nada mais legal do que me sentir em harmonia com a minha vida e com as pessoas que convivem comigo. E melhor ainda é quando o sentimento é de alegria, isso é essencial para a minha saúde física, mental e espiritual.
Tudo bem que o contexto atual muitas vezes não favorece muitos sorrisos. Mas é necessário parar, refletir e manter o sentimento, penso. As pequenas alegrias são fundamentais.
Uma mensagem inesperada, uma conversa sincera, um vídeo interessante que recebemos no Whatsapp. Uma comidinha caseira, uma reunião bem-sucedida, uma cochilada depois do almoço.
Pode ser também um filme engraçado, um exercício físico que finalmente conseguimos fazer certinho, uma palavra carinhosa dos filhos, dos netos. Pequenas alegrias são coisas simples e sinceras. Trazem um brilho no olhar e um sorriso natural. Todo mundo merece. É tipo respirar e dizer: “uau!”. Com a mente tranquila e sem culpa. “Foi o que deu para hoje e estou feliz por isso, amanhã será outro dia.” É entender que tudo pode acontecer do jeito que desejamos e se não acontecer, também tá tudo bem e teremos um novo dia onde tudo poderá mudar.
E quanto a andar de moto, eu tenho consciência de que ainda não estou forte o suficiente para subir em uma moto e sair por aí, fazendo uma das coisas que mais gosto na vida, pois preciso ainda me preparar melhor para essa empreitada.
Porém, acredito que nos próximos três meses, com muita força de vontade, fisioterapia e pilates já poderei começar a fazer pequenos percursos sobre duas rodas, literalmente com um novo olhar sobre as paisagens, pois acabei de fazer uma cirurgia de catarata e as cores e sensações serão ainda mais vibrantes. Vou poder curtir os novos cenários em toda a sua amplitude, com as cores originais, sem o tom amarelado que a catarata insistia em destacar.
Que venham essas novas pequenas conquistas!
Que assim seja!
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Como sempre seus textos são muito otimistas e nos encorajam a viver.
Parabéns pelo texto.