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Aristóteles, um dos maiores filósofos da antiguidade, uma vez disse: “A coragem é a primeira qualidade humana, pois garante todas as outras.” Como empreendedor que enfrentou inúmeros desafios ao longo da minha trajetória de vida, enxergo que existe muita profundidade nessas palavras.
O papel fundamental da coragem. No mundo dos negócios, a coragem não é apenas uma virtude, mas uma necessidade. É ela que nos impulsiona a dar o primeiro passo, a arriscar o confortável pelo incerto, a transformar ideias em realidade. Sem coragem, muitos empreendimentos nem sequer sairiam do papel.
Uma dica valiosa que aprendi ao longo dos anos é cultivar a coragem diariamente, enfrentando pequenos desafios, sem procrastinar a tomada de decisão. Eu sempre fui muito otimista, e para vocês terem ideia, não demorei nem dez minutos para decidir cursar a universidade nos Estados Unidos e deixar para trás uma outra história que teria escrito se tivesse cursado medicina, que era minha primeira opção de carreira, antes de uma conversa séria que tive com meu pai, aos 17 anos.
Encarando o medo do fracasso. Um dos maiores obstáculos que qualquer pessoa enfrenta é o medo do fracasso. É aqui que a coragem se torna ferramenta indispensável. Ela nos permite encarar a possibilidade do insucesso não como uma derrota final, mas como uma oportunidade de aprendizado e crescimento.
Uma prática que adotei e recomendo fortemente é manter um caderno, para registrar metas, conquistas e também as lições aprendidas na superação dos obstáculos. (Muitas dessas anotações eu tenho aproveitado para transformar em postagens aqui no blog.)
Esse pensamento me ajudou muito quando, 11 anos depois de começar a trabalhar na Ramenzoni, em 1972, precisei tomar uma decisão estratégica de concentrar todas as energias na produção de papelcartão e não mais de chapéus. Hoje, vendo todas as conquistas da Papirus, meu coração se enche de alegria e orgulho.
Inovação e disrupção: o papel da coragem. Ser inovador exige coragem. Significa questionar métodos estabelecidos e propor soluções que podem parecer radicais ou inusitadas à primeira vista. A coragem de inovar é o que separa os empreendedores visionários daqueles que apenas seguem tendências.
Para fomentar essa coragem inovadora, dedico tempo regularmente para brainstorming e pensamento criativo com a minha equipe. Mais importante ainda, encorajo que todos apresentem ideias sem medo de julgamento. Muitas vezes, é desses bate-papos que surgem insights de nossas “reinvenções” mais impactantes.
Resiliência nos momentos difíceis. A nossa caminhada para viver a vida assim como para empreender raramente é suave. Haverá obstáculos, contratempos e momentos de dúvida. É nesses momentos que a coragem se manifesta como resiliência – a capacidade de se levantar após cada queda, mais forte e mais determinado.
Uma estratégia que adotei há muitos anos e funciona até hoje é desenvolver uma rede de apoio composta por mentores, colegas empreendedores e amigos. Essa rede oferece perspectiva e encorajamento nos momentos difíceis, lembrando-me que não estou sozinho nessa jornada.
Expandindo horizontes. A coragem nos empurra para fora de nossa zona de conforto, nos incentivando a explorar novos mercados, formar parcerias inesperadas e buscar oportunidades onde outros veem apenas obstáculos.
Percebi isso muito claramente quando decidi empreender na compra de uma fazenda para criar gado Guzerá, uma atividade ponto fora da curva no leque dos meus negócios até então. Tracei os meus objetivos, o quanto gostaria de ter de retorno do capital empreendido e fui em busca das pessoas e metodologias para atingir as metas. Foram 12 anos de tantas conquistas que o mercado do agronegócio criou uma expressão a.DR e d.DR (Antes e depois de Dante Ramenzoni).
Vale a pena cultivar a coragem. A coragem, como Aristóteles sugeriu, é de fato a qualidade que garante todas as outras. Para empreendedores, ela é o combustível que alimenta a inovação, a resiliência e o crescimento contínuo. Cultivar a coragem não significa ausência de medo, mas a determinação de seguir em frente apesar dele.
Ao refletir sobre minha jornada como empreendedor, vejo claramente como a coragem foi o fio condutor que me guiou através dos desafios, me permitiu aproveitar oportunidades e, acima de tudo, me ajudou a construir a sensação de dever cumprido, de missão cumprida.
Como reflexão final e prática diária, sugiro dedicar alguns minutos todos os dias para refletir sobre um ato de coragem que você realizou ou testemunhou. Isso ajudará a manter a coragem em foco e inspirará ações corajosas futuras. Lembre-se, a coragem é como um músculo – quanto mais você a exercita, mais forte ela se torna.
