Todo mundo pode encontrar uma tribo para chamar de sua

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Eu sou um cara muito família, sempre gostei de cuidar do que é meu, estar por perto, compartilhar o máximo possível de momentos juntos.

Quando meus dois primeiros filhos eram pequenos ainda, por volta de 1967/68, eu precisava me ausentar dois finais de semana por mês, para ajudar na administração de uma fazenda que meu pai havia comprado para mim e meus irmãos e isso estava atrapalhando que eu ficasse mais próximo deles, que pudéssemos desenvolver atividades juntos com maior frequência.

O que eu fiz?

Conversei com os meus irmãos, expliquei a minha angústia e disse que de minha parte, achava melhor que vendêssemos a fazenda para ter mais tempo livre para curtir os nossos filhos do que ficar batendo cabeça com as tantas atribuições demandadas pela fazenda.

Vendemos a fazenda em 1970, já estávamos frequentando a chácara da família, vizinha do clube de vela Itaupu, em Santo Amaro, na represa Guarapiranga e assim eu tive tempo para começar a velejar com os meus filhos, o que foi bem bacana pois tratava-se de um esporte que eu praticava desde criança*, já possuía os equipamentos e meus filhos curtiram muito essa nova atividade incorporada ao lazer dos nossos finais de semana. (A família aumentou e chegou o Dudu!)

Tempos de criança…

Depois de dez anos, compramos uma casa em Itanhaém onde continuamos com as nossas atividades esportivas: vela, sky aquático, vôlei e futebol.

Foi assim que começamos nossa tribo de velejadores e os finais de semana ficaram muito mais divertidos, saudáveis e melhor dos mundos, perto dos meus familiares.

E essa tribo seguiu firme e forte até que os meninos cresceram, começaram as festinhas, os namoricos e os meus filhos começaram a participar de novas tribos, que não me incluíam. Faz parte da vida!

Comecei a procurar outras formas de me divertir, de encontrar pessoas com os mesmos interesses, inclinações, gostos e preferências a favor de algo que eu gostasse de fazer…

E o que seria interessante para ser a minha tribo naquele momento?

Pessoas que curtissem motocicletas e gostassem de sair por aí, no mesmo ritmo, aos finais de semana e quem sabe até durante a semana. Passei a ficar mais atento e logo comecei a encontrar outros entusiastas de motocicletas nas oficinas que frequentava e fui me enturmando com um grupo que fazia passeios bate-volta de final de semana.

Eu tinha uma moto BMW 1000, antiga, que era o que conseguíamos comprar aqui no Brasil antes do Fernando Collor pilotar o Brasil no início dos anos 90 e abrir as fronteiras para que pudéssemos comprar a moto que melhor apetecesse (e o bolso permitisse!)

E assim comecei a participar da tribo dos motociclistas que faziam bate-volta aos domingos, com suas motos antigas.

Depois eu fui reencontrando amigos antigos que também gostavam de motos, estreitamos a amizade e fui ampliando o leque de opções, comprei motos mais potentes, por exemplo uma moto BMW 1100 RS, ano 92, até que fui fazer a minha primeira viagem internacional de moto, no ano de 1998, para comemorar o 95º aniversário da Harley Davidson. (Vou contar tudo em detalhes em um próximo post!)

E o curioso é que, a partir dessa viagem, vários dos amigos que participavam do grupo foram desistindo de andar de moto por causa da idade, outros morreram e eu sigo firme até os dias de hoje, aqui torcendo para tomar logo a vacina da Covid e poder encontrar minha tribo de motociclistas novamente.

São tantas histórias que eu tenho para contar para vocês! (Estou organizando e vou contar as melhores aqui no blog!)

Happy hour toda semana, viagens pelo Brasil, pela Europa, Estados Unidos, América do Sul (Chile, Argentina, Uruguai), falar das minhas motos (HD, BMW, HONDA, SCOOTER).

A afinidade une um determinado grupo de pessoas, as reúne e surgem histórias deliciosas.

E hoje, eu fico observando na internet o quanto as pessoas estão cada vez mais à procura de suas tribos e elas estão muito certas, porque quando encontramos pessoas que compartilham dos mesmos interesses que nós, isso facilita os nossos processos de evolução pessoal, profissional, aumentando as chances de nos conectarmos uns aos outros, formando, o que todo mundo hoje chama de “tribo”.

Participando desses grupos que escolhemos por afinidades, conseguimos nos divertir melhor, porque encontramos pessoas que caminham com a gente, de uma margem a outra de uma forma mais prazerosa.

Agora você deve estar se perguntando: “Ok, Dante, mas em que tribo eu vou me encaixar?”

E eu já respondo rápido: “O que você gosta de fazer? O que te faz se sentir bem e de bem com a vida?”

A partir dessa resposta você vai começar a ficar atento a outras pessoas que gostam de fazer as mesmas coisas: caminhar, tomar uma cachacinha, cozinhar, andar de moto, bicicleta, patins… não importa.

E se, por acaso, não encontrar a sua tribo  “pronta” do jeito que você gostaria, você ainda tem a opção de criar a sua e chamar mais pessoas que compartilhem dos seus mesmos interesses – e assim desfrutar do prazer que é pertencer a uma tribo que pode chamar de “sua”. 

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