Dinheiro compra felicidade?

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Muitas pessoas acreditam que se tivessem mais dinheiro, seriam mais felizes. Seguindo esta lógica, Bill Gates deveria viver em um estado de êxtase constante, não é verdade? 

Porém, não é bem assim que acontece. Estudos científicos mostram que, depois de termos nossas necessidades atendidas, a equação “mais dinheiro = mais felicidade” começa a não ser tão exata.

Mas, cá entre nós, quando pensamos na felicidade de dar um mergulho na praia em um dia de muito calor, encontrar os amigos no bar para um papo descontraído, receber uma massagem relaxante em dia de muito estresse, poder viajar de férias com a família, comprar a moto, o carro que sempre sonhou ou poder comprar o último modelo de I-phone, se não podemos, ficamos desejando a todo custo que chegue logo o dia que dinheiro não seja o fator limitador para que possamos fazer essas e muitas outras coisas no momento que quisermos.

E aí, como resolver essa questão?

Na minha opinião, a felicidade conquistada através do famoso consumir só por consumir não dá aquela sensação gostosa de realização igual a que sentimos quando aplicamos nosso conhecimento para gerar serviços ou produtos, ajudar outras pessoas e ter história para contar.  Só dessa forma eu entendo que é
possível ganhar dinheiro: produzindo o seu dinheiro. De outra forma, para que se ganhe dinheiro, alguém vai perder.

Se não nos preocupamos em que grau os nossos atos vão prejudicar as outras pessoas, a nossa vida se torna inútil.

Acredito que ajudar ao próximo faz parte da nossa riqueza interior e fortalece a riqueza externa. É uma engrenagem que funciona mais ou menos assim: eu viabilizo de alguma forma que alguém conquiste o seu sustento, essa pessoa contribui para os ganhos de outra pessoa e esse círculo só vai aumentando. Esse é o círculo da riqueza que eu acredito, defendo e pratico.

Eu preciso entender a origem do dinheiro que ganho e a proporção de pessoas que serão beneficiadas para me sentir feliz. Para que ficar querendo sempre mais e mais, se as nossas necessidades já estiverem supridas? Excesso de dinheiro sem algum propósito bem definido pode levar a uma vida sem sentido: “e agora? O que fazer com todo esse dinheiro? Não realizei nada de interessante a não ser consumir por consumir.” (Esse tipo de conclusão da vida me deixaria deprimido!)

Portanto, antes de sair gastando em busca de uma sensação que logo que for saciada vai exigir novas aquisições, para e pensa se o que você acabou de comprar trouxe ou não a sensação de felicidade desejada.

Felicidade é uma sensação gostosa que toma conta da gente, um estado de espirito indescritível e não uma vibração momentânea relacionada com alguma compra.

Pode acreditar, o que de fato nos deixa flutuando é a maneira com que aproveitamos os acontecimentos cotidianos em nossa vida.

Em termos práticos, não é a compra do carro que nos faz felizes, mas sim a possibilidade de dirigir com mais segurança, conforto e admiração dos amigos.

Não é a viagem de férias, mas a sensação de pertencimento ao mundo, de poder desfrutar a vida com quem ama. Tão importante quanto adquirir bens ou serviços é poder aproveitá-los da melhor maneira possível. Isso faz com que sejamos recompensados por nossas escolhas.

Entendo que a falta de propósito na vida torna as pessoas mais impulsivas no consumo, levando-as a comprar roupas que não usam, carros ou motos que só servem para autoafirmação na sociedade, férias estressantes só para publicar as fotos nas redes sociais, livros acumulados na estante sem leitura e por aí vai. 

É bastante comum também a situação em que pessoas muito jovens conseguem conquistar um padrão de consumo admirável, mas não se sentem felizes com suas escolhas, sentem-se meio frustradas e nem sabem o motivo. (Seguiram o fluxo do dinheiro, esquecendo-se da realização interior!)

Eu por exemplo, não sei mensurar o que é muito ou pouco dinheiro, eu sei que o dinheiro existe para que as pessoas sejam autossuficientes. Quando atingimos esse ponto de equilíbrio, podemos dividir os nossos excessos de ganhos com quem estiver precisando de uma força. Às vezes, uma pequena contribuição pode deixar uma família inteira feliz.

E como esse assunto é bastante controverso, uma vez que felicidade e bem-estar são aspectos difíceis de mensurar, enquanto a ciência não chega a uma resposta definitiva, resta a cada um de nós se perguntar: quanto de felicidade o dinheiro anda me trazendo?

Para finalizar, vou contar pra vocês algo que eu descobri ainda muito jovem, quando estudava nos Estados Unidos, em uma fase em que Frank Sinatra estava no auge do sucesso, fazendo shows em quase todos os países do mundo.

Muita gente se perguntava “aonde será que ele guarda tanto dinheiro?”

Pois eu conto: ele aplicava uma grande parte do dinheiro conquistado através do seu talento na construção de escolas, hospitais e fazia doações significativas para comunidades carentes, em prol da humanidade, fora os shows gratuitos que realizava para a população com menos poder aquisitivo.

Sinatra comprou a felicidade doando o excesso de dinheiro para levar felicidade para outras pessoas também.

Esse é um bom exemplo a ser seguido.

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