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Quando temos alguma coisa que está nos preocupando, nós não conseguimos tirar isso da nossa cabeça. A coisa pensada começa a caminhar em vários sentidos no nosso pensamento. E vamos combinar que preocupações, queiramos ou não, fazem parte do nosso dia-a-dia.
Até que a gente não resolva a questão que está nos preocupando, ela fica lá, martelando na nossa cabeça e quando encontramos a solução partimos para outra… PREOCUPAÇÃO!
Como bem disse o filósofo inglês John Locke, “o que te preocupa, te comanda.”
Nos preocupamos com o passado e com o que ainda nem aconteceu; com a saúde, o trabalho e a família; se teremos sinal de internet para fazer reunião; com coisas que afetam a nós mesmos e aos demais.
Preocupações não faltam para uma pessoa atuante e atual. E, para piorar a situação, a mídia é outro ponto de preocupação gigante na nossa vida, com um volume gigante de informações muitas vezes desencontradas e sem checagem prévia, que ou deletamos da caixa pensante ou alimentaremos novas preocupações.
Somos comandados por aquilo que queremos resolver, e assim vamos levando os dias, de preocupação em preocupação. Se não tomamos cuidado, vamos pré-ocupando a mente sucessivas vezes e ficamos sem espaço para qualquer outro pensamento mais produtivo.
Ficarmos ansiosos com alguma situação que precisa ser resolvida é natural. O perigo ocorre quando a gente só consegue viver preocupado, pensando em resolver problemas que ainda nem aconteceram ou sequer vão acontecer (pré-ocupação). Uma pessoa preocupada costuma ficar com uma ideia fixa na cabeça, a ponto de não prestar atenção em mais nada.
Tudo bem, preocupar-se é algo que faz parte da realização de nossas tarefas cotidianas, mas se você tem os mesmos pensamentos todos os dias e já não consegue controlá-los, então claramente está passando do limite e isso vai prejudicar o seu descanso, os seus relacionamentos e a sua saúde mental.
Até porque a intensidade com que você se dedica à sua preocupação não vai ser proporcional ao brilhantismo da sua decisão. Ao contrário: ela pode fazer com que a sua dúvida continue te azucrinando a ponto de você não saber o que fazer para fugir dela e seguir em frente.
Pensar demais se parece com uma goteira, insistente, que fica pingando dentro da nossa cabeça. É um modo de abordar os problemas que, em vez de conduzir à resolução, pode levar a uma inundação imaginária onde iremos enfrentar desafios ou obstáculos que só existem na nossa mente.
Dentro da nossa cabeça, temos a incrível capacidade de criar infinitos “e se” e imaginar consequências terríveis para determinadas situações que só estão acontecendo porque a gente está pensando sobre elas. É aquela velha história de sofrer por antecipação.
Na minha vida, eu sempre tentei e continuo tentando não colocar os burros na frente da carroça. Procuro não tomar nenhuma atitude sem pensar nas consequências que podem atrair.
Quando eu penso e encontro um caminho interessante para resolver o que está me preocupando, para mim já é uma solução a ser seguida. Eu trato de anotá-la para não esquecer e também para poder complementar o pensamento por escrito.
Preocupação precisa ter começo, meio e fim. Você começa pensando nela, busca uma forma de solucionar e por fim anota para não esquecer e concluir esse tema.
Eu sempre recebi muito mais tarefas a fazer do que conseguia resolver, a começar quando meu pai me passou todas as pastas de A a Z de seus negócios para eu tocar em frente e tive que dar conta. E cá entre nós, nem sofri tanto assim, porque aprendi a ser objetivo na resolução de problemas e me cercar de pessoas competentes para dar conta das empreitadas.
Com o passar do tempo, fiquei mais tranquilo por que entendi que quanto mais problemas temos para resolver, ganhamos mais agilidade para começar a encarar o problema de frente, pensar, criar um meio para resolver e finalizar aquele problema.
Você entende também que uma reunião de mais de uma hora se torna improdutiva e repetitiva.
E como aprendi isso? Vamos voltar a um tema recorrente por aqui. Aprendi com as pessoas mais vividas, que sempre prestei a maior atenção ao que falavam. Aprendi com os amigos do meu pai que frequentavam a nossa chácara nos finais de semana e eu adorava ouvir e participar das conversas.
Esse é um método infalível que eu recomendo a todo mundo: cerque-se de pessoas mais velhas, porque muitas vezes, pelo conhecimento que já adquiriram da vida, elas têm as respostas que precisamos para o nosso determinado problema.
(Depois cerque-se de pessoas de todas as idades para executar as soluções.)
Outra coisa importante na vida é não começar o dia se preocupando com algo. Escolha outro horário! Por que é bem melhor começar o dia movimentando o seu corpo com exercícios e a sua mente com uma boa meditação.
Mesmo quando o ritmo do meu trabalho era bem mais intenso, eu procurava começar o dia organizando mentalmente os compromissos e ações necessárias para cumpri-los. (Hoje, preciso escrever para não correr o risco de esquecer!).
Depois, como o tempo livre era escasso, não abria mão de fazer a minha ginástica canadense, uma série de movimentos parecidos com alongamentos que “acordavam” o corpo.
(Esses exercícios foram criados para que os pilotos de aviação pudessem se exercitar durante os voos longos, em que não podiam sair da cabine porque os controles ainda não eram automatizados.)
Por tudo isso que acabei de expor, se posso dar um bom conselho pra vocês sobre esse tema é: não faça tempestade em copo d’água. Não se preocupe tanto por bobagens. Analise os problemas com mais objetividade.
Foque sua atenção em valorizar o que você tem, ao invés de lamentar o que lhe falta. Muitas das nossas exigências, no fundo, não nos farão mais felizes. Apenas vão gerar novas preocupações.