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Quando eu publiquei o artigo “Escrever a minha autobiografia me fez muito bem”, comentei que estava muito feliz com a presença da minha família e dos muitos amigos e parceiros que foram me prestigiar naquele momento tão significativo para mim.
Lembro que disse também que em breve publicaria as fotos dos melhores momentos desse evento que, segundo a gerência da livraria, foi um dos mais concorridos dos últimos 5 anos, o que me deixou muito orgulhoso e com vontade de arrumar um tempo para demonstrar meu reconhecimento por todo esse carinho recebido, em algum momento dessa história.
E eis que esse tempo chegou!
Finalmente nós conseguimos imprimir todas as fotos, selecionar uma a uma e dividi-las em áreas diferentes de relacionamento: familiares, amigos, Papirus, papel/celulose, agronegócios e motociclistas.
A cada foto, muitas lembranças gostosas de histórias vividas com essas pessoas, passagens de vida que foram marcantes, emocionantes e contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional.
Esse vai e vem de fotos e de emoções me fez pensar em quantas histórias ainda posso contar e que essa seria uma excelente oportunidade para rememorar fatos e demonstrar o meu apreço e reconhecimento às pessoas que fazem parte da minha vida e que foram lá na Livraria da Vila para deixar um abraço caloroso, dizer uma palavra motivadora, receber a minha dedicatória.
E como ideia boa tem que ganhar vida, juntei-me com a minha biógrafa e começamos a prosa através da foto do engenheiro Mário Silas, onde contei como ele foi peça fundamental na construção da história da Fazenda Alvorada, que virou palco para o grande sucesso dos leilões de gado Guzerá e logo na sequência nasceu o artigo “Agronegócio, celeiro de amigos valiosos e… bons negócios”.
Mas… como são muitas fotos, muitos amigos, muitas histórias… optamos por criar uma série de artigos, que vão mesclar o relato de experiências bem vividas com pessoas queridas e como essas vivências contribuíram para fortalecer minha visão de mundo.
Cada semana teremos um novo destaque e uma nova história.
Espero que curtam, comentem e compartilhem.
Essa semana, a pessoa escolhida para dar sequência a série, que batizei de DR Destaca é…
Fiametta era filha do Sr. Palazzio, amigo italiano do meu pai, que veio para o Brasil em busca de trabalho, depois da crise que se alastrou pela Europa ao término da Primeira Guerra Mundial.
Suas mãos eram trêmulas e ele atribuía esse problema ao susto que levou quando estava concentrado no campo de batalha e foi atingido por uma granada bem em cima do seu colo e teve que se levantar correndo, arremessá-la bem longe, antes que o estrago fosse irrecuperável.
Fiametta é uma amiga querida, também foi amiga muito prezada da minha mãe, vai completar 90 anos agora em 2018 e desde a sua meninice, adorava acompanhar o pai em suas constantes viagens de carro, especialmente quando o roteiro era a praia do Guarujá, no litoral paulistano. (Como todo europeu, o pai dela gostava de pegar a estrada e descobrir lugares pitorescos, fazer passeios em busca de novas descobertas ou oportunidades…)
Numa dessas viagens, lá pelos idos de 1945, eles sofreram um acidente de carro e minha amiga, em plena adolescência fraturou a bacia e em decorrência disso, ficou com uma leve deficiência de mobilidade. O médico que a acompanhava no tratamento recomendou-lhe como forma de superar o problema que ela começasse a praticar natação.
Moça dedicada, determinada, ela começou a treinar o esporte recomendado com afinco e levou tão a sério que, tempos depois se sagrou campeã paulista e na sequência levou também o título de campeã brasileira de natação.
Nós tivemos muitas cenas juntos, das quais me recordo claramente, pois nossas famílias se encontravam nos finais de semana no Iate Clube Itaupu, que todos os italianos frequentavam na represa Guarapiranga e que ficava ao lado da chácara onde passei a maioria dos finais de semana da minha infância e adolescência. Em vários destes encontros, os muitos irmãos da família Buckup, Robert, Mario, Luiz, Beatriz, Cornélia, Sibile e Vera se juntavam a nós e a farra ficava melhor ainda.
(Eu achava o maior barato quando esses meninos acordavam cedinho e iam nadar pelados na represa. Eu ficava olhando escondido e morria de rir!)
Fiametta e o pai, assim como eu e meu pai, gostávamos de velejar e depois almoçávamos no clube. Apesar da nossa diferença de idade (eu era bem menino e ela já era uma mocinha), nós nos entendíamos muito bem e o papo fluía.
Na minha adolescência, o grande barato era juntar a turma para jogar cartas. Passávamos horas e horas jogando buraco. Também curtíamos muito jogar ping-pong.
E assim nossa amizade seguiu por toda vida, um prestigiando ao outro em todas as oportunidades que apareciam. Ela foi nos meus dois casamentos, nas festas de aniversário, de Páscoa, nos eventos promovidos pela minha irmã Lucia, que ela ajudou a cuidar desde os tempos de criança e se tornou grande amiga, e claro, foi prestigiar o lançamento do meu livro, o que me deixou feliz.
Sempre que nos encontramos, de uma certa forma acontece uma “hora da saudade”, na qual nos lembramos de nossos familiares e amigos que já se foram, ou uma “hora da atualidade”, quando falamos sobre os principais fatos que de alguma forma estejam em evidência na mídia nacional e internacional.
Fiametta é uma mulher bem-informada e com opiniões bem-formadas sobre qualquer assunto, o que é garantia de um papo muito prazeroso.
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É sempre muito prazeiroso ouvir e ler as histórias do querido amigo Dante, algumas das quais fui testemunha nos últimos 25 anos.
Abração Dante
Jeronimo ou Jera, como queira
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Caro Jeronimo,
Agradeço suas palavras e em breve estaremos juntos.
Abração