Os jovens poderiam criar um passo a passo para ensinar os mais velhos sobre a internet

Tempo de leitura: 4 minutos

Acho muito engraçado quando estou conectado no Zoom participando de alguma reunião e de repente some tudo, a tela fica preta e então começa a aparecer um monte de arquivo do nada, atrapalhando toda a conversa.

Quando isso acontece, logo me vem o pensamento “eu não nasci para mexer nessas coisas…”

Mas, nem por isso perco a calma ou saio apertando qualquer tecla pois já entendi que a imagem sumiu porque esbarrei, sem querer, em algo que não devia.

Olho para o computador quase que com olhar de cumplicidade e fico torcendo para que opte pela alternativa certa e a imagem ou som retornem à normalidade e a reunião continue como se nada tivesse acontecido.

Novos tempos, que exigem que a paciência, a curiosidade e o bom senso se renovem em tempo recorde.

Mesmo com esses imprevistos constantes, eu me considero super de bem com a tecnologia e entendo que esse relacionamento amigável se mantém por um único motivo: insisto em seguir aprendendo, acompanhando as inúmeras atualizações que acontecem a cada minuto.

Tenho consciência de que preciso me inserir neste novo contexto online ou vou perder o bonde da história.

Por falar em bonde, quando meu pai nasceu, esse era o meio de transporte da época e era tracionado por cavalos!

O automóvel começou a aparecer por volta de 1918, quando seu Ziro Ramenzoni tinha 12 anos e ao completar a maioridade ele aprendeu a dirigir os carros da época e tirou sua carteira de habilitação, porque seria inconcebível não desfrutar do prazer de guiar esse meio de locomoção que trazia tanta autonomia e prazer.

Eu nasci em 1938 e costumo dizer que já cheguei ao mundo pendurado em uma direção de automóvel, portanto minha forma de guiar foi completamente diferente do meu pai.

Lembro que eu ficava colado no meu pai, observava cada detalhe da forma como dirigia, queria aprender os segredos da pilotagem, mas ao mesmo tempo ia percebendo que já sabia mais do que ele. (Igual à garotada de hoje em dia, que já nasce conectada nesse mundo tecnológico e dá um banho na minha geração!)

Pois bem, a minha estreia nesse reino tecnológico da internet aconteceu tardiamente e a contragosto. Eu olhava para o meu primeiro laptop e ficava com receio de levar um choque! (Rs!)

Eu tive um grande amigo, mais velho do que eu, o Flávio Caiuby, que logo se encantou pelos computadores e ria muito quando eu contava dos micos que pagava para enveredar por esses caminhos enigmáticos da computação.

Mas, como sempre fui muito competitivo, não seria com o uso de equipamentos eletrônicos que seria diferente! Se a máquina estava ali na minha frente e conhecia várias pessoas próximas enveredando por esse caminho, eu também haveria de aprender. Foi assim com a bicicleta, com a moto, o carro, o avião, o barco à vela, o trator… não seria diferente com o computador, o smartphone e o tablet.

Não teria o porquê de ficar batendo na tecla que o mundo sempre havia funcionado muito bem mesmo sem celular e Internet, por exemplo, pois me privaria de diversas funcionalidades por pura resistência à mudança ou receio do diferente.

E ainda bem que sou insistente, porque em 2020 chegou a pandemia e tudo migrou para a tela do celular ou do computador.  Reuniões importantes, onde seriam tomadas decisões estratégicas para continuidade dos negócios, como também encontros familiares para matar a saudade dos entes queridos.

É minha gente, o mundo mudou e nós não temos outra opção a não ser acompanhá-lo!

E para encerrar esse tema, gostaria de pedir aos mais jovens, que tenham pais, avós ou amigos que precisam de ajuda para entender o mundo tecnológico, que, para eles, pode parecer tão complexo, que se tornem disponíveis. É muito importante se mostrar solícito e paciente para que os idosos não tenham vergonha de perguntar. Sempre que possível, ensine o passo a passo de cada coisa e espere que eles entendam e façam sozinhos. (Claro, que, se anotar tudo vai ficar mais fácil!)

Com cuidado, paciência e amor, em pouco tempo, alguém que você teve paciência para ensinar vai estar nas redes sociais opinando sobre alguma coisa ou vai estar te mandando uma mensagem de agradecimento pelo WhatsApp e você vai sentir uma alegria interior inimaginável! 😛

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *