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Hoje, quero compartilhar uma reflexão inspirada na frase “O cérebro é como um paraquedas. Só funciona quando está aberto”. Essa analogia me fez pensar sobre a importância de mantermos nossas mentes abertas e receptivas a novas ideias e experiências.
Assim como um paraquedas precisa estar aberto para nos levar em segurança de um ponto a outro, nosso cérebro também precisa estar aberto para nos conduzir por caminhos de crescimento e aprendizado. Quando nos fechamos em nossas próprias convicções e nos recusamos a considerar diferentes perspectivas, limitamos nosso potencial de evolução pessoal.
Lembro-me de duas épocas em minha vida em que precisei abrir o paraquedas da mente para aumentar minha autoconfiança e adquirir novos conhecimentos em tempo recorde. A primeira experiência aconteceu há 67 anos, quando decidi fazer faculdade de engenharia industrial nos Estados Unidos. Com apenas 18 anos e um inglês “macarrônico”, desembarquei em Nova York e passei os seis meses seguintes mergulhado no desafio de aprender a pensar em inglês.
Dediquei-me em tempo integral, transformando cada momento do meu dia em uma oportunidade de imersão. Acordava ouvindo rádios em inglês, lia livros, matérias em jornais e artigos, treinava diálogos na sala de áudio do curso e até sonhava em inglês. Aos poucos, o idioma deixou de ser uma barreira e se tornou uma extensão natural do meu pensamento. Em apenas seis meses, sentia-me confiante e preparado para enfrentar a faculdade no exterior, sabendo que podia não apenas entender, mas também viver e respirar o inglês.
A segunda experiência começou quando voltei ao Brasil para trabalhar na empresa da família, a Ramenzoni Chapéus. Em apenas cinco anos, novas oportunidades de crescimento começaram a surgir, exigindo que eu me expressasse em público com mais frequência. Percebi que precisava me preparar melhor e ter mais autoconfiança para falar para um número maior de pessoas. Foi então que um grande amigo, Luis Alberto Trucco, me convidou para participar da primeira turma de um curso de comunicação do renomado Dale Carnegie.
Sem hesitar, comecei a frequentar o curso três vezes por semana, durante seis meses. O curso de oratória e relações humanas eficazes me ajudou a desenvolver habilidades essenciais para me comunicar de maneira eficaz e confiante em diversas situações. A partir daí, tive inúmeras oportunidades de aplicar as técnicas aprendidas, o que me ajudou a fazer apresentações assertivas, fechar grandes negócios e gerenciar a ansiedade.

Essas experiências me mostraram que o aprendizado é um processo contínuo e que manter a mente aberta é fundamental para o crescimento pessoal e profissional. Aprendi técnicas de postura, projeção e entonação de voz que me transformaram de um “pintinho” a um “galo”, como dizia meu amigo. Comecei a fazer palestras na FIESP, em associações relacionadas ao mercado de papel, sindicatos da classe e, mais tarde, quando virei criador de gado Guzerá, essas mesmas técnicas me ajudaram a alcançar uma posição de destaque, rendendo inúmeras entrevistas por todo o Brasil.
Manter a mente aberta não significa aceitar cegamente tudo o que nos é apresentado, mas sim estar disposto a ouvir, refletir e considerar novas possibilidades. É ter a humildade de reconhecer que não sabemos tudo e que sempre há algo novo a aprender. Quando nos permitimos explorar o desconhecido, expandimos nossos horizontes e nos tornamos seres humanos mais completos e empáticos.
Então, o convite que deixo hoje é para que vocês “abram seus paraquedas” e se lancem em novas experiências. Permitam-se conhecer pessoas diferentes, explorar novos hobbies, questionar suas crenças e estar abertos a mudanças. Lembrem-se de que o crescimento acontece fora da zona de conforto e que, assim como um paraquedas, seu cérebro só pode levá-lo a lugares incríveis quando está aberto.
Até a próxima!
**Em tempo:** Acredite se quiser, mas o autor que me inspirou a escrita dessa postagem também inventou a garrafa térmica! Ele era um físico e químico escocês chamado James Dewar (1842-1923). Dizem que era um verdadeiro crânio quando se tratava de criogenia, liquefazendo gases como hidrogênio e ar, além de estudar substâncias em temperaturas mais baixas que a conta bancária depois das férias. Mas, no final das contas, sua invenção mais famosa acabou sendo a popular garrafa térmica, que mantém nosso café bem quentinho ou a água bem gelada.