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Nesses últimos dias estive bastante empolgado por conta de um motivo muito especial: iria rever um amigo dos tempos escolares do Colégio Dante Alighieri: o nome dele é Caio Pagano.
Pagano é pianista com ativa carreira internacional e professor catedrático da Arizona State University e veio ao Brasil para se apresentar em 3 recitais: no Theatro Municipal de São Paulo, no Conservatório de Tatuí e na Sala São Paulo.
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Numa época em que as relações são tão superficiais, faz bem poder reativar aqueles laços da juventude que nunca se perdem.
Acho importante fortalecer e valorizar os laços criados na infância e adolescência! Nessa fase da vida nascem vínculos afetivos, que vão fazer com que a gente siga em frente nos nossos objetivos para o futuro.
São anos de convivência, realizando trabalhos juntos, dividindo as expectativas sobre as notas das provas, as viagens das férias, as experiências e descobertas, ajudando um ao outro na longa caminhada que é crescer. Quando ficamos mais velhos e temos oportunidade de relembrar essas cenas, acontece um bater diferente do coração.
“Ah, Dante, mas tem gente que não dá a menor bola para isso!”
Eu penso “que pena, talvez essas pessoas não tenham desenvolvido esses laços de amizade por falta de estímulo dos pais… vá saber!”
Eu acho muito gostoso rever amigos dos bancos escolares que foram importantes para nossos momentos de desabafo, que tínhamos confiança para contar o que sentíamos, o que nos deixava magoados, pedíamos conselhos sobre como agir em algumas situações e como enfrentar as dificuldades a nossa volta. Também nos divertíamos, compartilhávamos momentos de companheirismo, de solidariedade. Isso pra mim não tem preço e faz bem para a saúde.
Inclusive, uma vez eu li que uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indicava que não é o dinheiro, a genética ou a alimentação que faz uma pessoa ser saudável, são os amigos.
Segundo o coordenador desse estudo, os amigos são os principais responsáveis pelo bem-estar na vida de uma pessoa. Você acredita que o fato de ter laços fortes de amizade com uma pessoa, pode aumentar o nosso tempo de vida em até 10 anos? E que pessoas com menos de 4 amigos podem correr mais risco de infarto?
Pois é, podemos ficar anos sem ver um amigo, mas quando surge uma oportunidade, parece que nem passou tempo algum, porque o sentimento de amizade prevalece.
Foi isso que aconteceu quando cheguei com a Cidinha no Theatro Municipal para rever o Caio, acompanhados do Henrique e Nilva Manograsso. A sensação era a mesma de 70 anos atrás, quando nos reuníamos em algum evento importante da escola. (Henrique também era da nossa turma de ginásio do Dante Alighieri e somos grandes amigos até hoje!)
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Após o evento, combinamos que nos encontraríamos duas semanas depois no nosso antigo colégio para rever outros amigos, tirar fotos e curtir novas lembranças. Nesse dia, Caio aproveitou para perguntar quantos nomes eu me lembrava da foto acima. Disse-lhe que lembrava apenas de 15 nomes, mas o rosto de todos me remetia a alguma cena boa de rememorar.
Foi de fato uma pena que, por uma dessas peças que o destino gosta de pregar, bem no dia marcado para nossa ida ao Dante Alighieri, meu amigo teve um mal-estar e tivemos que deixar essa atividade para ser realizada em outra oportunidade em que ele retorne ao Brasil.
Depois que passamos dos 80 anos, ficamos mais suscetíveis a esse tipo de surpresa, mas, fazer o quê? Não podemos nos impressionar com isso, bola pra frente! O jeito é ficar na torcida para que o tempo passe rápido e traga novos eventos, novos reencontros com outros amigos especiais.
Não adianta ficar pensando no que não aconteceu e sim no que virá!