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Gosto de pensar nas consequências da vida e o quanto o que fazemos neste momento presente, de alguma forma vai repercutir em algum lugar do futuro.
Eu sou uma pessoa de bem com a vida e me considero um homem feliz porque nasci na família Ramenzoni, recebi como pais o Ziro e a Julietta Ramenzoni, cresci brincando muito em meio à natureza com os meus irmãos Lamberto, Virgilio e Lucia.
Aos 17 anos, fui estudar nos Estados Unidos e tive a oportunidade de vivenciar experiências enriquecedoras e incríveis, conhecer pessoas de várias outras partes do mundo com ideias diferentes das minhas, retornar ao meu país com novos conhecimentos e poder dedicar os 60 anos seguintes da minha vida profissional à Papirus, cultivando com muito carinho as sementes que meu avô Lamberto e meu tio avô Dante Ramenzoni plantaram em 1894, com a criação da pequena fábrica de chapéus Ramenzoni.
A Papirus está completando 70 primaveras de uma trajetória de reinvenções que merece ser comemorada porque simboliza o esforço e dedicação de muita gente.
Para destacar esse aniversário nós estamos lançando um livro contando a história da Papirus e das pessoas que ajudaram a construir essa história, destacando os principais desafios enfrentados e também as conquistas que merecem ser celebradas.
E por que contar e celebrar essa história?
Por que as histórias são fontes de inspiração.
Todos nós aprendemos com as histórias dos outros. Elas nos ajudam a olhar para a nossa própria história, entender melhor o nosso papel no mundo.
E toda história tem um começo, uma origem e a história da Papirus começou quando meu avô Lamberto e meu tio Dante embarcaram no navio Sud America, em Gênova, na Itália, cruzaram o oceano, chegaram no Porto de Santos e decidiram que criariam raízes em São Paulo pois tratava-se de solo fértil.
Estamos comemorando os 70 anos da Papirus com o maior orgulho, também para homenagear esses grandes pioneiros, que ainda bem jovens deixaram a pátria de nascimento rumando ao encontro do grande desconhecido, o Brasil.
Eles traziam no peito a esperança de viver bem nesta nova terra e vieram confiantes que conseguiriam exercer o ofício de chapeleiros, sem abrir mão de honrar as raízes.
Queriam crescer e alcançar o céu, pois sabiam que a vitória seria consequência de cada passo dado, das escolhas que teriam que fazer para quem viesse depois, afinal seriam os pioneiros da família Ramenzoni e começariam a escrever essa história.
Desembarcaram e logo montaram uma simples e pequena fábrica para exercer o ofício de ambos: fabricar os melhores chapéus que pudessem com o conhecimento e recursos disponíveis.
Ambos eram artesãos e ambos trabalharam duro para realizar o grande sonho: fazer um chapéu de qualidade incomparável.
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E assim a Ramenzoni Chapéus foi ganhando cabeça, tronco e membros, chegaram novos descendentes, que vislumbraram novos caminhos de atuação, surgiram também novas necessidades, novos desafios, foram feitas algumas reinvenções estratégicas no negócio e, em 1952, nasceu a Papirus com a missão de fabricar um papel de excelente qualidade para fazer as caixas dos já conceituados chapéus Ramenzoni.
Passei a atuar nessa engrenagem a partir de 1961, entendi cada pequeno detalhe para obter uma visão do todo e com o apoio de meus pais e minha determinação em aprender cada vez mais demos início a um grande movimento de profissionalização e expansão.
Em 11 anos a Papirus ganhou uma casa nova, uma máquina do tamanho dos nossos sonhos e novos horizontes para desbravar.
Foram chegando novos profissionais, novos clientes e novos produtos.
A cada passo certeiro, a cada nova conquista, eu e minha equipe mantínhamos uma grande meta: se criássemos novas relações de valor, conseguiríamos vencer os desafios.
E vieram novas reinvenções, crescemos, diversificamos e nos transformamos.
Como consequência, a Papirus se transformou em uma empresa cheia de vida, seguindo em frente com seu DNA de empresa recicladora.
Sabendo quem somos, levantamos nossos olhares para os próximos horizontes, cientes de que podemos até substituir o que fazemos, mas nunca vamos substituir quem nós somos.
SOMOS VITA.
Então, seguiremos transformando papel e transformando vidas, em todos as primaveras, verões, outonos e invernos.
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Muito bom Sr Dante. Parabéns pelos 70 anos de lutas e conquistas. Obrigado por me chamar para participar de uma pequena parte desta história.