Líderes que despertaram a minha atenção na política

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Para eu admirar uma pessoa, antes de qualquer coisa, essa pessoa precisa ser verdadeira, inteligente, preparada para os papeis que vai desempenhar no decorrer de sua vida independentemente dos percalços e louros, e ela precisa ter trilhado o caminho natural das coisas, sem ter se aproveitado de um marketing de oportunidade para alçar a referida posição de liderança.

Entendo que os líderes que ocuparam e ocupam o cargo de presidente de qualquer país não estudaram para tal cargo, eles tornaram-se dirigentes das nações porque uma série de circunstâncias diretas e indiretas sopraram nessa direção.

Essa é a minha leitura dos fatos… e como o tema hoje envolve liderança política, acho bacana primeiro explicar quais os pontos que mais chamam a minha atenção quando analiso o potencial de um líder:

  1. O conhecimento de vida de uma maneira geral, o que significa uma caminhada significativa;
  2. Honestidade com os outros e com ele mesmo. Falar a verdade, sem rodeios!
  3. Além de falar a verdade e ser autêntico, precisa ter muita disciplina.

Quando o tema é liderança, eu preciso perceber essas características, especialmente no segmento político, para prestar atenção e dar crédito ao que a pessoa fala, faz ou pretenda implementar.

Então eu pensei bastante antes de escolher os líderes políticos que mais admiro e ao encerrar a minha peneira, 3 nomes se destacaram: dois governaram o Brasil em duas épocas tensas e o terceiro governou os Estados Unidos, também em um período bem crítico. (Nesses momentos difíceis é que é bom analisar a habilidade do líder de exercer o seu papel de dirigente com pulso firme, que não pode se esquecer que lidera pessoas com necessidades, ansiedades e propósitos diferentes.)

O primeiro da minha lista é o Marechal Castelo Branco, que governou o Brasil de 1964 a 1967 e foi o primeiro presidente após a revolução em prol de recolocar o país nos eixos, livre das investidas comunistas.

Castelo Branco era militar profissional, um homem culto, simpático, gentil com as pessoas, vivido, sabia se posicionar e era profundo conhecedor dos problemas nacionais (incluindo os do Nordeste, sua terra natal), e isso possibilitou a retomada de nosso país ao vértice de crescimento.

Na época de seu mandato, eu já estava a todo vapor na minha escalada profissional na Ramenzoni Chapéus, estava radiante com a chegada do meu primogênito Marco Fabio e na sequência do segundo filho, Claudinho  e acompanhei de perto as principais ações que foram tomadas para acelerar o crescimento econômico/social, começando pelo fato de nomear duas personalidades de reconhecida competência para a área econômica: o professor Otávio de Gouveia de Bulhões e o diplomata Roberto Campos, este último, criador na década anterior do BNDE/ Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico.

Eles conseguiram estancar o ciclo inflacionário que havia se instaurado no país com a gestão desastrosa de João Goulart, implantando com sucesso um programa de estabilização financeira, ao mesmo tempo que negociava o reescalonamento da dívida externa brasileira.

Durante o governo Castelo Branco, eu pude avaliar como era viver num país governado por militares e eu devo confessar que fiquei muito bem impressionado, porque eles defendiam os interesses do povo e estimulavam a classe empresarial a acreditar na viabilidade econômica do Brasil. (Nessa época eu brincava com os meus irmãos que o “baixinho” estava revirando o país de cabeça pra baixo, desmitificando a crença deles de que o poder era destinado aos altos e fortes!)

O segundo líder político mais admirado da minha lista, General João Batista Figueiredo, eu já gostei dele no dia da sua posse, quando disse que não descansaria até estar plenamente assegurado, sem sobressaltos, o gozo de todos os direitos do homem e do cidadão inscritos na Constituição, reafirmando que o seu principal propósito seria fazer do Brasil uma verdadeira democracia.

E gostei mais ainda, quando ao transmitir o cargo para o seu sucessor, José Sarney, declarou sua alegria de poder voltar a viver a sua vida pacata de simples cidadão e poder dizer, quando o apetecesse, em alto e bom som, o que quisesse, inclusive criticar as ações e omissões dos outros.

Eu tinha contato com o Figueiredo e membros de sua equipe econômica, em reuniões mensais feitas no CIP – Conselho Interministerial de Preços, que recebiam representantes da indústria e comércio para alinhamento de interesses, taxação de impostos e projetos futuros. Também nos encontramos algumas vezes em inaugurações de fábricas do setor de papel e celulose.

Ele governou com mais leveza porque faria a transição para o país voltar a ter eleições diretas e então aproveitou para estreitar laços com a classe empresarial, se comunicar mais com o povo. (Próximo ao término de seu mandato, ele dizia “Vocês ainda vão sentir falta de mim…”)

Tempos depois, já na gestão do Fernando Henrique, avistei o Figueiredo sentado num banco do calçadão, na praia de São Conrado durante uma caminhada no Rio de Janeiro, ele me reconheceu e perguntou: “Dante Ramenzoni! Que prazer revê-lo! Como vai você?”

Costumo dizer que durante esses 20 anos de liderança militar na gestão do país, o Brasil caminhou 50 anos à frente. Os presidentes davam continuidade aos projetos implantados por seus antecessores, respeitavam o trabalho empreendido e apenas aperfeiçoavam o que era necessário ou mais estratégico. Tinha sequência de planejamento, por isso dava certo.

O terceiro líder político foi o cara que renovou o ciclo de autoconfiança nacional nos norte-americanos, Ronald Reagan, que governou no período de 1981 a 1989 e fez a restauração econômica da nação americana.

Depois de 69 dias no cargo, o novo presidente sofreu um atentado, sendo baleado. Ao recuperar-se, sua popularidade e o sentimento da população americana se multiplicou.

Não tem como não admirar, quem não quer um presidente que provoque o crescimento da economia, a diminuição da inflação, a multiplicação dos empregos, o fortalecimento militar, a redução dos impostos, das despesas do governo e ainda dar um chega pra lá na corrupção?

Eu admiro e quero isso para o meu país! Espero que o Presidente Bolsonaro acerte a mão para que eu possa reconhecê-lo como um líder à altura desses que acabei de citar.

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