Saber perguntar é o que importa

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Para Voltaire, “um homem deve ser julgado mais pelas suas perguntas do que por suas respostas”.

Concordo plenamente com Voltaire se eliminarmos a expressão “deve ser julgado” por que não acho bacana julgar ninguém, antecipadamente ou tardiamente, simplesmente porque cada pessoa vê o mundo a partir de seu ângulo e podemos mudar de opinião sobre qualquer pessoa, a qualquer momento.

No mais, penso que fazer as perguntas certas é uma parte fundamental de qualquer processo investigativo de cunho pessoal ou profissional.

Ao invés de assumirmos que temos todas as respostas, fica bem mais interessante questionarmos o que sabemos e o que ainda precisamos aprender, por que isso vai nos ajudar a explorar novas ideias e a descobrir novos caminhos para resolver os inúmeros problemas que nos cercam no decorrer das nossas vidas.

A importância das perguntas em meio a tantas incertezas

Desde a infância, aprendi que para ter sucesso na vida, precisaria ter as respostas mais assertivas. Sempre gostei daquela sensação gostosa de saber as respostas corretas em uma prova, do mesmo jeito que me realizava muito sempre que conseguia formular questões relevantes nas reuniões de trabalho.

No entanto, se pararmos para pensar, a maioria das respostas que costumamos fornecer pela vida afora se referem a problemas conhecidos e desafios já explorados, o que as torna cada vez mais comuns. Só que o mundo está mudando em uma velocidade incomparável a outros tempos, e a verdade é que estamos vivendo em uma era de mudanças constantes, em que as soluções para os desafios que enfrentamos não são claras nem absolutas.

As novas tecnologias, como a Inteligência Artificial e Realidade Virtual estão gerando impactos enormes nos negócios, na criação de novos produtos e soluções, nas organizações e na economia. E, para encontrar as soluções para esses desafios, precisamos cada vez mais aprender a formular as perguntas certas.

Precisamos trocar o antigo caminho das respostas certas e absolutas por um mundo de renovação de oportunidades. O mundo das perguntas!

Aqueles que já estão fazendo as perguntas que ninguém ainda pensou, sairão na frente. Isso exigirá uma mudança em nosso modelo mental e a necessidade de reaprender a explorar possibilidades e descobrir oportunidades.

O modelo industrial massificado, previsível e repetitivo para criar produtos iguais para todos não combina com o mundo imprevisível, multifacetado e não linear em que vivemos atualmente. Portanto, precisamos fazer perguntas, explorar diferentes caminhos, desafiar processos e nos reinventarmos.

Como fazer as melhores perguntas?

Na minha opinião, as melhores perguntas são sempre as abertas, que vão além do sim e do não, e convidam as pessoas a participarem da solução. Mas não podemos esquecer que as perguntas certas podem ser diferentes para cada situação, então é preciso estar aberto a explorar diferentes ângulos e perspectivas.

Alguns exemplos de perguntas que eu gosto de fazer são:

– O que sei sobre esse problema?

– O que preciso saber para encontrar uma solução?

– Quais são as possíveis consequências de diferentes opções de ação?

Lembre-se: ao fazer as perguntas certas, podemos nos aproximar de soluções mais efetivas e inovadoras para os desafios que enfrentamos.

Ao procurarmos ativamente soluções para os desafios que enfrentamos, podemos criar um futuro melhor para nós mesmos e para aqueles ao nosso redor.

Então, vamos nos perguntar, explorar possibilidades, desafiar processos e liderar a mudança para desenhar novos caminhos mais gratificantes e também mais prósperos.

Até a próxima!

Em tempo: em 1961, quando comecei a trabalhar na indústria Ramenzoni de chapéus, meu pai me orientou: “você precisa conhecer bem as pessoas, para evitar julgamentos precipitados sobre as diversas questões que precisarão ser alinhadas no decorrer da sua caminhada; por isso, quero que inicie seu aprendizado da empresa, pelo departamento de Recursos Humanos, pois a essência da empresa são as pessoas que trabalham por ela.”

Dessa forma, comecei a aprender na prática, que antes de julgar, precisaria interpretar todos os ângulos de uma mesma questão.

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