Eu gosto de produzir e construir

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Na minha infância, sempre que pensava no que queria ser quando crescesse, uma profissão ocupava o primeiro lugar no pódio dos meus sonhos: ser um médico renomado e respeitado, a exemplo de alguns amigos médicos do meu pai, que eu muito admirava, a exemplo do Dr. Luigi Manginelli e seu filho Piero Manginelli.

Só que aí veio a adolescência, foi chegando a hora de escolher o que de fato iria cursar na universidade e um belo dia o meu pai me chamou para conversar; e, com argumentos bem articulados, acabou me convencendo de que eu precisaria me preparar para ser um seguidor dele.

(Pensando aqui agora com os meus botões, acho que ele era meio “bruxão”, porque realmente ele acertou na aposta dele!)

E não digo isso para jogar confete na minha pessoa ou para me vangloriar que mudei o rumo das empresas da família. Não, mesmo! Foram muitos percalços nesses últimos 60 anos de vida corporativa, só que eu fui adquirindo clareza de ideias para ir resolvendo um problema de cada vez, paulatinamente, na ordem em que eles iam se apresentando com nome e sobrenome.

Essa forma de pensar acabou me trazendo um grande benefício na vida: o gosto de construir. E construir em seus múltiplos possíveis significados: de edificar, erigir, erguer, levantar, imaginar, criar, compor, desenhar, traçar.

Construir é ação contínua na minha vida.

Então, como eu dediquei 100% do meu tempo para solucionar questões relacionadas à gestão da indústria familiar, todo o capital que sobrava fui aplicando em construir o meu patrimônio pessoal, ciente de que para construir qualquer coisa de forma sólida precisaria aprender a fugir dos desperdícios.

Sempre munido de pensamento e sistema de vida positivos, acreditando de fato, que tudo que resolvesse fazer, de coração aberto, daria certo.   

Não saberia responder se tudo o que eu fiz, foi por gosto ou pelo desejo de realizar o meu melhor, mas sei que fui aprendendo a gostar de tudo o que precisei fazer e isso, cada vez mais, foi renovando o sentido da minha vida.

Na vida, se fizermos as coisas contrariados, sem gostar do que estamos fazendo, não faremos bem feito e as chances de obter sucesso ficam reduzidas.

E vou contar um segredo: para isso acontecer, a gente precisa tentar ser o melhor do mundo nas pequenas e grandes tarefas que precisamos desempenhar. (E não vale ser o melhor da sua cidade ou do seu país, tem que se preparar para ser o melhor do mundo!).

Desde uma simples conversa informal ao fechamento de um grande negócio, a escrita de um e-mail ou mensagem no WhatsApp eu me preparo antes, eu busco estar alinhado com o tema, com a situação, para não ser pego de calças curtas, como dizia a minha mãe.

Por exemplo, quando eu programo uma viagem, cuido de cada detalhe, para que seja a melhor de todas que já fiz, porque eu quero ser o primeiro a curtir muito a viagem, mesmo que seja um simples passeio de moto com os amigos pelos arredores paulistanos, em um sábado ensolarado. E quando retorno, já começo a pensar o que posso fazer para curtir ainda mais a próxima.

No fundo, no fundo, o que eu aprendi muito bem é como levar a vida numa boa, sempre buscando aprimorar o modo de viver. Foi assim nos estudos, nas atividades esportivas, profissionais, nos investimentos, nas relações afetivas. Por que o calendário segue em frente e, ao contrário do que gostaríamos, não ficamos mais moços a cada dia e sim mais velhos, com novos anseios e necessidades.

Por isso, o que de melhor podemos fazer por nós mesmos é deletar o que não estiver levando a lugar algum, tudo o que não estiver nos fazendo bem. É prejudicial para a saúde pensar no que você não gosta!

Outro dia, a Cidinha veio me trazer a fotografia que eu coloquei na última postagem (link do post!), dos 3 irmãos Ramenzoni sorrindo para a vida. No verso tinha uma dedicatória da minha cunhada Myriam, já falecida, que dizia: “Que belos que são esses meninos! Lembre que são dias felizes! Um beijão.”

Tratei de colocar em um porta-retratos em lugar de destaque, para ver sempre, porque isso me traz alegria, aconchego para a alma. A foto retrata um momento feliz e isso me faz seguir em frente.

O que interessa na vida para poder produzir ou construir coisas úteis é fazer tudo o que você gosta e se não gostar muito, tentar se convencer a gostar, fazendo como se fosse o melhor fazedor do mundo dessa determinada coisa.

Se você me perguntar, “mas Dante, você não se lembra de ter feito alguma coisa na vida contrariado?” Eu vou te dizer, “não me lembro!”  Por que eu não fico remoendo as coisas que eu não gostei em um determinado momento, seja por alguma dor, algum pensamento diferente… eu vejo a vida de outra forma. O que passou, já era!

Ainda menino, quando ia passar as férias nas praias do Guarujá, construía meus castelos na areia e sabia que a água ia destruir… mas no dia seguinte, eu acordava e começava outro, procurando observar a melhor distância que precisava ficar da água, para driblar a subida da maré e a diversão se prolongar.

Na juventude, quando fui estudar nos Estados Unidos, aprendi a otimizar o movimento dos ponteiros do relógio para dar conta de absorver todo o conteúdo que precisava aprender e ainda sobrar tempo para me divertir, aproveitar cada minuto daquela nova aventura que se apresentava à minha frente, fazendo o melhor possível com os recursos disponíveis.

Agindo dessa forma, meio que sem perceber, fui aprendendo a importância de também construir pontes internas, conexões de pensamentos positivos para tornar a minha vida mais produtiva e feliz.

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