Talentos excepcionais

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Esse tema de hoje nasceu quando eu fui conferir a lista dos bilionários brasileiros da Forbes e descobri que a vigésima quinta posição era ocupada por dois jovens empreendedores, Pedro Francheschi e Henrique Dubugras, 25 e 26 anos respectivamente, que já construíram um patrimônio de 1,5 bilhão de dólares cada um.

E me perguntei, mas o que eles fizeram para acumular tamanha riqueza ainda na flor da idade?

Pois bem, os dois fundaram uma startup nos Estados Unidos em 2017 e passaram a oferecer uma série de serviços financeiros através de um aplicativo, ou seja, começaram há apenas cinco anos e já ocupam a posição de bilionários mais jovens do mundo. 

Dois jovens excepcionalmente bons em tecnologia, por isso estão ganhando muito dinheiro aplicando seus conhecimentos na área escolhida para trabalhar.

Na atualidade, o que eu tenho percebido é o seguinte: as pessoas acham que todos os jovens são experts em tecnologia e sabem tudo. Eu não vejo dessa forma e não acho que isso seja uma regra.

Em primeiro lugar, os jovens que entendem muito de tecnologia, muitas vezes não são empreendedores, mas sim técnicos em tecnologia. São o que chamamos de hackers, que conhecem os mínimos detalhes da constituição do universo tecnológico, sabem como fazer praticamente tudo funcionar do jeito que quem está solicitando determinado projeto precisa.

Eles sabem como funciona a transmissão de dados de um lugar para o outro, conhecem bem os softwares que são responsáveis por fazer as ligações e enviar os comandos necessários para fazer com que cada hardware funcione. (E acham supernormal essa história de armazenamento na nuvem, o que, cá entre nós, eu finjo que entendo como funciona este arquivo imenso flutuando pelo universo e está tudo certo. Associo como uma evolução dos antigos “arquivos mortos”, em que tínhamos que guardar pilhas e pilhas de documentos ao longo dos anos, ocupando espaços físicos valiosos.)

Uma pessoa com inteligência tecnológica normal, de usuário do dia a dia, não sabe. Ele faz tudo conforme é ensinado e ponto. 99,9% das pessoas são assim atualmente. Seguem o fluxo de informação tecnológica básica para agilizar a vida nas atividades diárias de cunho pessoal e profissional, afinal, hoje em dia ninguém consegue viver 24 horas sem teclar ou deslizar os dedos em uma tela.

Mas eu estou me referindo aquele 0,01% composto por pessoas excepcionalmente inteligentes tecnologicamente, que sabem programar a linguagem dos algoritmos de uma forma diferenciada. E eu estou falando isso não que eu entenda de tecnologia (eu estou no bolo dos 99,9%), falo porque sou um cara que entende bem da parte mecânica, eletrônica e elétrica, em conjunto, (do hardware!) e também utilizei esses conhecimentos, na qual  era excepcionalmente bom para obter sucesso nos meus empreendimentos.

E vou contar uma coisa, eu não estudei isso lá nos Estados Unidos, isso é um talento, uma habilidade que nasceu comigo, eu fui descobrindo como as máquinas funcionavam, então eu tive a possibilidade de fazer algumas experiências com a minha máquina de fazer papel; eu pude experimentar, errar, acertar e evoluir para um próximo estágio. Quantas pessoas desse mesmo segmento tiveram essa oportunidade?

Provavelmente, a minha cabeça funcione um pouco diferente das outras pessoas no que se refere a maquinários, estratégias de aumento de produção, adaptação de peças para melhores resultados etc.

Eu fui descobrindo como fazer e montando equipes para operacionalizar, inovar e fazer diferente do que a maioria das pessoas do meu segmento de atuação aprendeu a fazer.

Possivelmente, esses novos milionários usaram a inteligência deles para fazer coisas que ninguém pensou em fazer e foram juntando fios de meada, da mesma maneira como as sinapses ocorrem no cérebro.

Esse é o pulo do gato: pensar fora da caixa. Fazer o que ninguém pensou ainda em fazer. Aprendi isso com o meu pai quando ele me explicava sobre o ineditismo de fabricar camisas masculinas quando elas eram feitas por alfaiates. Eu era bem menino ainda, mas nunca mais esqueci que tinha que aprender a fazer as coisas de um jeito diferente, só meu.

E fui percebendo que era melhor ainda se conseguisse inventar algo que quando fosse contar para outras pessoas, elas ficassem olhando assim como quem diz “esse cara deve ser meio doido!”

 “O cara” ia lá, fazia e pronto! Colhia os frutos.

Imagina uma pessoa que está do outro lado do mundo estudando, pensar assim: “eu gostaria de poder telefonar para os meus pais, eles entrarem ao vivo, como se estivessem aqui do meu lado, queria escrever mensagens para os meus amigos e eles responderem sem limites de palavras, poder me comunicar com o mundo inteiro sem conta telefônica exorbitante… e de repente, depois de juntar os dados certos, nascer um aplicativo como WhatsApp e virar febre global…

Incrível, não é?

Claro que para criar esse aplicativo, antes tivemos outros com menos recursos, tivemos vários estágios evolutivos, muitas cabeças pensantes, mas criou-se algo tão simples, tão fácil de usar, ágil, divertido. Todo mundo consegue e quer usar.  (Fico só imaginando como será a evolução desse aplicativo…)

Mas não foi fácil criar isso. Foi necessário buscar respostas para a série de problemas que precisaram de solução, possivelmente muita gente perdeu o sono, mas essa é a dinâmica de quem tem uma mente evolutiva em determinada área do conhecimento. Essa pessoa faz acontecer, conquista adeptos e produz.

O mesmo acontece com o universo fabril. Você faz uma fábrica, duas, três e vai aprendendo a se reinventar. Vejam só o Ellon Musk, depois de criar o Tesla, agora ele está querendo colonizar o planeta Marte, levar grupos de pessoas para investir lá e acabou de comprar o Twitter por 44 bilhões de dólares. (Sabe Deus o que virá pela frente! Rs!)

Como explicar um Pelé no futebol? Milhares de pessoas jogam futebol ao redor do mundo, de vez em quando aparece um que é sensacional!

Como explicar Rafael Nadal no tênis?

Então, me parece que o caminho mais viável para despertar os talentos naturais e a genialidade seja investir no desenvolvimento educacional integral da garotada.

Aprender algo novo e treinar até ficar excelente! É isso que faz o mundo girar, desperta genialidades e talentos excepcionais.

E tem outro ponto importante, a única coisa que temos certeza de que é nosso e vai nos acompanhar para sempre é o conhecimento que adquirimos das coisas.

O resto, fica tudo por aqui quando vamos embora.

Em tempo: quando eu estudei nos Estados Unidos, logo de cara eu entendi que todas as universidades americanas tinham algo em comum. Elas incentivavam a prática esportiva no dia a dia dos seus alunos e quem se dedicasse com afinco, ganharia uma bolsa de estudos. (Cidadãos americanos ou naturalizados, claro!)

Aí eu pergunto: qual é o país do mundo que há anos e anos forma o maior time de campeões em todas as modalidades? Estados Unidos!

Eles entenderam como funciona a dinâmica do vencer. É treinar, treinar e treinar. E começar cedo!

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